Quem me conhece sabe o quanto admiro Chico Buarque quando pergunta:
"quem foi que inventou o analfabeto e ensinou o alfabeto ao professor? Me diz!”
Para ajudar a justificar esse questionamento quero citar a discussão surgida há alguns anos quando algumas instituições que formam professores de Educação Física tentaram impor uma formação em nível superior para quem pleiteasse ministrar aulas de capoeira, como é prerrogativa de quem se forma nessa área. Todavia, o que fazer com os mestres formados “na roda” há mais de século? As chamadas Belas Artes também com seu conteúdo técnico pré-estabelecido determinam um modo de observação e comportamento, tendo em vista sua natureza imutável e histórica. Todavia, o que seria do barroco brasileiro sem uma interpretação própria? A arte sim, é a meu ver, a grande terra da liberdade. Desde as diversas línguas pelo mundo até as grandes pirâmides, cada uma tem suas características locais, dando personalidade ao que se faz. Acredito que seja fundamental um olhar sobre as características contidas nas artes clássicas que também devem ser tomadas como referência e não como verdades absolutas, em detrimento do presente, muito menos do futuro.
Hoje o Brasil vive um avanço na visão do que seja educar com profundidade, graças infelizmente ao nosso precário desempenho nas avaliações de conhecimento nos diversos níveis de aprendizado. Sobretudo no que nos dá a entender que o brasileiro precisa “aprender a aprender”. Quando observamos os índices de aprovação da OAB por exemplo, vemos que mesmo em áreas afins é difícil para uma maioria expressar o conhecimento absorvido, quando isso ocorre, claro, mesmo em níveis privilegiados de acesso ao ensino. Daí a importância da discussão e oferta de espaços não formais para a absorção do conhecimento. Iniciativas como o Programa Escola Aberta, + Educação entre outras iniciativas não governamentais com vistas a ser um mecanismo a mais para fixação de conteúdo por parte do educador, bem como do aluno em seu período ainda inicial de aprendizagem.
A arte na escola tem um papel fundamental na direção de uma educação voltada para o aprender, ainda que isso pareça antagônico. Existe um buraco enorme quanto a algo que dê liga entre as diversas disciplinas aprendidas na escola. A arte então contempla no sentido de atender a essa demanda. Não se trata de forma alguma de dar algum aspecto de informalidade ao que já está dado. No entanto, é capaz de arejar a formalidade contida no ensino quotidiano é um desafio que só oferece crescimento entre todos os envolvidos.
Fora da escola digo, nos espaços direcionados estritamente ao ensino das artes, se percebe ainda um ranço entre os conservadores, no tocante a interação com as atuais linguagens. Em nosso país se percebe isso de forma muito clara. Durante a primeira gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso, pairava sobre o país o medo de uma efetiva privatização do Ensino Superior dado pelas Universidades Públicas. Fato esse que levou a UNIRIO a criar um curso específico de Graduação em Música Brasileira, algo que já era um clamor dos músicos e docentes com vivência prática em Música Popular, o que de fato ocorreu. A UFRJ em paralelo a isso criou um “Big Band” que em uma de suas audições emocionou a um auditório repleto que cantou acompanhando efusivamente a interpretação de Carinhoso de Pixinguinha.
As artes, exemplificando a música, podem auxiliar sorridentemente na criação de uma verdadeira revolução como em algumas décadas passadas no Brasil. O detalhe é que, atualmente, me parece que isso somente poderá se dar na escola ou na periferia dela. O educador, por outro lado, não deve perder a cede de novidades e de conhecimento, contagiando a todos indiscriminadamente quando se percebe isso coletivamente.
Que bom seria ver um país miscigenado não somente na cor, mas também no som, nos movimentos corporais e nas formas e nas mentalidades, refletindo no nosso modo de vida o que geneticamente somos e assim, com a própria vida, aprender verdadeiramente a aprender com os diversos saberes mutuamente.
"quem foi que inventou o analfabeto e ensinou o alfabeto ao professor? Me diz!”
Para ajudar a justificar esse questionamento quero citar a discussão surgida há alguns anos quando algumas instituições que formam professores de Educação Física tentaram impor uma formação em nível superior para quem pleiteasse ministrar aulas de capoeira, como é prerrogativa de quem se forma nessa área. Todavia, o que fazer com os mestres formados “na roda” há mais de século? As chamadas Belas Artes também com seu conteúdo técnico pré-estabelecido determinam um modo de observação e comportamento, tendo em vista sua natureza imutável e histórica. Todavia, o que seria do barroco brasileiro sem uma interpretação própria? A arte sim, é a meu ver, a grande terra da liberdade. Desde as diversas línguas pelo mundo até as grandes pirâmides, cada uma tem suas características locais, dando personalidade ao que se faz. Acredito que seja fundamental um olhar sobre as características contidas nas artes clássicas que também devem ser tomadas como referência e não como verdades absolutas, em detrimento do presente, muito menos do futuro.
Hoje o Brasil vive um avanço na visão do que seja educar com profundidade, graças infelizmente ao nosso precário desempenho nas avaliações de conhecimento nos diversos níveis de aprendizado. Sobretudo no que nos dá a entender que o brasileiro precisa “aprender a aprender”. Quando observamos os índices de aprovação da OAB por exemplo, vemos que mesmo em áreas afins é difícil para uma maioria expressar o conhecimento absorvido, quando isso ocorre, claro, mesmo em níveis privilegiados de acesso ao ensino. Daí a importância da discussão e oferta de espaços não formais para a absorção do conhecimento. Iniciativas como o Programa Escola Aberta, + Educação entre outras iniciativas não governamentais com vistas a ser um mecanismo a mais para fixação de conteúdo por parte do educador, bem como do aluno em seu período ainda inicial de aprendizagem.
A arte na escola tem um papel fundamental na direção de uma educação voltada para o aprender, ainda que isso pareça antagônico. Existe um buraco enorme quanto a algo que dê liga entre as diversas disciplinas aprendidas na escola. A arte então contempla no sentido de atender a essa demanda. Não se trata de forma alguma de dar algum aspecto de informalidade ao que já está dado. No entanto, é capaz de arejar a formalidade contida no ensino quotidiano é um desafio que só oferece crescimento entre todos os envolvidos.
Fora da escola digo, nos espaços direcionados estritamente ao ensino das artes, se percebe ainda um ranço entre os conservadores, no tocante a interação com as atuais linguagens. Em nosso país se percebe isso de forma muito clara. Durante a primeira gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso, pairava sobre o país o medo de uma efetiva privatização do Ensino Superior dado pelas Universidades Públicas. Fato esse que levou a UNIRIO a criar um curso específico de Graduação em Música Brasileira, algo que já era um clamor dos músicos e docentes com vivência prática em Música Popular, o que de fato ocorreu. A UFRJ em paralelo a isso criou um “Big Band” que em uma de suas audições emocionou a um auditório repleto que cantou acompanhando efusivamente a interpretação de Carinhoso de Pixinguinha.
As artes, exemplificando a música, podem auxiliar sorridentemente na criação de uma verdadeira revolução como em algumas décadas passadas no Brasil. O detalhe é que, atualmente, me parece que isso somente poderá se dar na escola ou na periferia dela. O educador, por outro lado, não deve perder a cede de novidades e de conhecimento, contagiando a todos indiscriminadamente quando se percebe isso coletivamente.
Que bom seria ver um país miscigenado não somente na cor, mas também no som, nos movimentos corporais e nas formas e nas mentalidades, refletindo no nosso modo de vida o que geneticamente somos e assim, com a própria vida, aprender verdadeiramente a aprender com os diversos saberes mutuamente.