Noeli Rocha é artista plástica e animadora cultural. Pelo fato de ser autodidata, ela apenas descobriu que seus quadros eram classificados no estilo Naif ao ser convidada a expor nas galerias do Rio, onde seus quadros são classificados como legítimos exemplos dessa categoria. Moradora do município de Mesquita-RJ, é viúva do poeta e compositor Roque da Paraiba. Além de escultora e professora de artesanato, também ensina as famílias da comunidade em torno da Escola Estadual Ana Neri onde trabalha a aproveitar melhor os alimentos. "cultura também é cidadania" diz Noeli.
Definição*
O termo arte naïf aparece no vocabulário artístico,
em geral, como sinônimo de arte ingênua, original e/ou instintiva,
produzida por autodidatas que não têm formação culta no campo das artes.
Nesse sentido, a expressão se confunde freqüentemente com arte popular,
arte primitiva e art brüt,
por tentar descrever modos expressivos autênticos, originários da
subjetividade e da imaginação criadora de pessoas estranhas à tradição e
ao sistema artístico. A pintura naïf se caracteriza pela ausência das
técnicas usuais de representação (uso científico da perspectiva, formas
convencionais de composição e de utilização das cores) e pela visão
ingênua do mundo. As cores brilhantes e alegres - fora dos padrões
usuais -, a simplificação dos elementos decorativos, o gosto pela
descrição minuciosa, a visão idealizada da natureza e a presença de
elementos do universo onírico são alguns dos traços considerados típicos
dessa modalidade artística.
(...)
Noeli Rocha - agraciada com o Prêmio Baixada 2010
Se em sua origem essa modalidade é definida como
aquela realizada por amadores ou autodidatas, o processo de
reconhecimento e legitimação obtidos nos circuitos artísticos leva a que
muitos pintores, com formação erudita, façam uso de procedimentos caros
aos naïfs. Além disso, a arte naïf desenha um circuito próprio e conta
com museus e galerias especializados em todo o mundo. No Brasil,
especificamente, uma série de artistas aparece diretamente ligada à
pintura naïf, como Cardosinho (1861 - 1947), Luís Soares (1875 - 1948), Heitor dos Prazeres (1898 - 1966), José Antônio da Silva (1909 - 1996) e muitos outros. Entre eles, ganham maior notoriedade: Chico da Silva (1910 - 1985) - menção honrosa na 33ª Bienal de Veneza - e Djanira (1914 - 1979). Aluna do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, Djanira completa sua formação com aulas de Emeric Marcier (1916 - 1990) e Milton Dacosta (1915 - 1988),
seus hóspedes na Pensão Mauá, no bairro de Santa Teresa, no Rio de
Janeiro. Nos anos 1950, ela é artista consagrada e uma das lideranças do
Salão Preto e Branco. A arte popular do Nordeste brasileiro - as xilogravuras que acompanham a literatura de cordel e as esculturas de Mestre Vitalino (1909 - 1963) - figura em algumas fontes como exemplos da arte naïf nacional.* fonte: Fundação Itaú Cultural
Vídeo: entrevista PróCultura com Noeli Rocha
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