quarta-feira, 25 de setembro de 2019

MESQUITA, 20 anos e sua eterna carência de um pai




Mesquita não é hoje um município diferente de seus vizinhos na Baixada Fluminense, principalmente se considerarmos nossas terras como filhas de uma mesma mãe, Nova Iguaçu, que até a década de 40 trazia quase todos os municípios a sua volta, em seu seio. Quando foi batido o martelo quanto a emancipação de Mesquita em 25 de setembro de 1999 através da Lei Estadual n.º 3.253, de 25 de setembro de 1999, chega ao fim um processo que já se arrastava desde a década de 50, quando o então 5º Distrito era o gigante da industrialização regional, tendo como exemplo a maior fábrica de telhas e tijolos da América Latina, uma fábrica de peças para trens, além de uma industria de beneficiamento de derivados de petróleo criada nos anos 20, fechada na década seguinte por conta de seu potencial poluidor, o que posteriormente gerou problemas no período de edificação da atual prefeitura, devido ao nível elevado de contaminação do solo. Isso, sem contar o célebre “ciclo da laranja”, que teve seu declínio com a II Guerra Mundial. Todos os grandes nomes ligados a esses empreendimentos se beneficiaram, deixando como memória apenas uma série de ações trabalhistas e os prédios abandonados.

Há tempos então se buscava a autonomia política tão justificável à epoca, através da iniciativa de memoráveis habitantes, porém sem sucesso. Uma população que salta de pouco mais de 09 mil para mais de 125 mil habitantes entre 1940 e 1980, entende que é hora de avançar dessa condição de subserviência à cidade-mãe. Porém, nem mesmo o número elevado de vereadores mesquitenses (chegando a 1/3 na ultima eleição) conseguiu garantir sucesso naquele sonho que escorria pelos dedos. O senador Antonio Carlos Magalhães pega todavia de surpresa todos da Comissão de Emancipação em 1996 quando consegue emplacar uma emenda constitucional, impedindo mais emancipações territoriais. No entanto, como o processo mesquitense já tramitava na instância máxima em Brasília, faltava apenas adquirir recursos financeiros para o processo não fosse arquivado ou indeferido. Membros da Comissão de Emancipação recorrem então ao ex-deputado estadual José Montes Paixão, cuja família remonta o período de explosão da ocupação urbana nesse antigo distrito iguaçuanos.

A condição era simples e clara. Paixão contribuiria com recursos jurídicos e financeiros se constasse como signatário desse longo processo, o que de fato aconteceu. Quem tivesse acesso ao processo em Brasília se deparava com José Montes Paixão como responsável pelo processo, em detrimento de nomes como o de Seu Edmundo e muitos outros, que acompanhava de perto essa luta desde 1947, como consta do livro “Das Terras e Mutambó ao Município de Mesquita” (2007), de Fátima de Souza. Fatalmente, com o sucesso da intervenção de Paixão e o desembolso de recursos que, logicamente, os humildes cidadãos não conseguiram aportar, José Paixão reivindicou para si o título de “Pai da Emancipação”, elegendo-se com esmagadora maioria os votos no primeiro pleito eleitoral, conduzindo consigo vários apoiadores do processo, à essa gestão pioneira.

O que motivou o processo de emancipação
O processo de emancipação de Mesquita tem início em 1957, motivado pelo desejo de mais atenção a demandas que se justificavam há muito tempo. Segundo o geógrafo Ricardo “Breguelé” Simões (2007), a centralização do poder iguaçuano nos anos 50 foi o fator que motivou o início do processo de emancipação mesquitense. O então 5º Distrito já apresenta um importante histórico de desenvolvimento econômico, que não era condizente com a contrapartida da administração pública, que não dava ao Distrito a devida atenção, no que se refere a benfeitorias como saneamento, abastecimento e água e pavimentação de vias. Além disso, já existia uma classe média bastante significativa em Mesquita, oriunda do desenvolvimento industrial que já existia no local.  Pelo menos três grandes indústrias geravam emprego e renda a Mesquita, empresas essas que, pelo seu tamanho e geração de riqueza, fez emergir uma casta social importante, que não admitia ser ignorada por Nova Iguaçu e alguns indicadores sociais demonstram claramente isso.

Criado em 1946 com o nome de Sociedade Recreativa de Mesquita, o clube se reunião em uma pequena sede no Centro de Mesquita, adquirindo rapidamente o espaço do atual prédio dois anos depois, agora com o nome de Mesquita Tênis Clube. Fator emblemático  para a criação do clube foi a existência do Mesquita Futebol clube, cujo perfil dos sócios e demais integrantes não condizia com o desejo da classe média local, segundo o relato do pesquisador mesquitense Carlos “Charles” Alberto:  “A troca de nome foi para não ser confundido com o rival da época, o Mesquita Futebol Clube, primeiro clube da cidade, fundado em 1920 e conhecido como ‘‘os blacks’’, pois aceitava negros como sócios”. Segundo D. Dininha, moradora nascida em Mesquita em 1930 e ex-atleta do clube, os bailes do Tênis Clube eram “invejáveis”. Era comum a participação de grandes orquestras nas seletas festas, onde participava inclusive sua amiga, conhecida a época como “Lili Mocinha”, que hoje conhecemos como Lili Safra, filha do industrial Mr. Watkins, dono da indústria de laminação, que tinha seu pátio industrial em Mesquita, empregando centenas de munícipes.

Outro fator fundamental para a justificativa dos emancipacionistas dos anos 50 foi a capacidade de desenvolvimento urbano do Distrito que tem como sua maior motivação o estabelecimento daquela que seria considerada a maior fábrica de materiais de construção da América Latina. Criada em 1908 pelo respeitadíssimo engenheiro Américo Ludolf, que incluiu na razão social da empresa, seu filho Alfredo Ludolf, ainda criança, a Companhia Materiais de Construção não apenas foi considerada a maior no gênero como também pode ser considerada o maior exemplo do modelo fordista no país. Com dimensões gigantescas, a fábrica tinha uma linha própria de trem que a ligava diretamente a “Estação Geronymo Mesquita”, como era chamada a época, por ter suas terras pertencentes anteriormente ao filho do Conde de Bonfim. Os trabalhadores, que contribuíram com o desenvolvimento tecnológico  de ponta da fábrica, tinham acesso a benefícios como casa, escola para seus filhos e um cinema, denominado “Beija-Flor” que, no período do carnaval, cessava as   projeções para sediar a festa dos funcionários, que partia dali para um cortejo nas imediações. Cabe observar que os limites da fábrica de quase 4km2, era a fronteira do Rio Sarapuí que separava o 5º Distrito iguaçuano do município de Nilópolis, para onde se mudou boa parte dos antigos funcionários após o fechamento da fábrica em 1957.


20 anos depois, Mesquita avançou proporcionalmente menos em relação à sua antiga condição de 5º Distrito. Ainda que apenas na segunda gestão do município tenha sido edificada a grande maioria dos prédios públicos e programas municiais ou vinculados ao governo federal, a população ainda não tomou para si as rédeas da política local, vivendo desde a Emancipação em 1999 uma constante turbulência e desestabilidade política, sobretudo na relação entre os poderes executivo e legislativo. Ou seja, ainda que figuras da cena cultural e esportiva surjam na mídia elevando o nome da cidade, ainda é a classe política que aparece, hora na condição de salvador de todas as coisas e pai dos pequenos avanços ou ilustrando as páginas de fofoca ou policiais, por conta dos constantes  embates ou revelações bombásticas.
Ou a população mesquitese se apropria de sua trajetória e destino ou seremos fadados a nos submeter de tempos em tempos aos novos pais da nossa história.

O Hino de Mesquita, uma novela à parte


Cerca de uma década após a autonomia política de Mesquita, ainda lhe faltava um de seus principais símbolos. Considerando a riqueza histórica desse que foi um dos lugares mais ricos, influentes e prósperos do então Recôncavo da Guanabara, como era conhecida a Região, era de se imaginar que ricos versos e melodias surgiriam para abrilhantar e elevar a autoestima dos munícipes.
Publicada em 28 de junho de 2002, a Lei Nº 110 dispunha sobre o edital que possibilitaria a escolha dos símbolos municiais (brasão, bandeira e hino). O Artista gráfico conhecido como Jorge Baleia foi o vencedor nas categorias bandeira e brasão. Porém, em relação ao hino, as coisas se complicaram e vou citar aqui fatos por conhecimento próprio, pois os documentos comprobatórios não estão disponíveis. No concurso citado, houve impugnação do resultado em relação ao hino, ocorrendo o mesmo em 2009, sendo que nessa ocasião não foi publicado documento oficial. Extra oficialmente é adotado o hino vencedor (omitindo aqui nomes por questões obvias), ratificado pela comissão julgadora do último certame, ainda que tenha havido recurso de impugnação junto a prefeitura, litígio esse que ainda não garantiu ao vencedor o direito de constar oficialmente seu nome nos anais da história, bem como a gravação oficial, ainda que o tal hino vencedor e sob litígio, seja executado de forma não oficial.

Segue o link do hino de Mesquita, na voz do compositor João Renato




sábado, 7 de setembro de 2019

Suporte para violão, baixo, guitarra e etc...

Fiz esse suporte, que achei ser mais prático que os demais que vi na internet. Vão aí os detalhes nas fotos, pra que você consiga fazer parecido ou copiar. É um formato que não necessita de metal ou solda, o que facilita a feitura.



Suporte para três instrumentos, feito de ripa de palete, medindo 80cm
O baixo é o mais pesado dos três o que não comprometeu em nada a distribuição do peso. Entendi que três parafusos já seriam suficientes. 
Tira sintética, bem resistente
A tira é sintética, do tipo usado em bolsas. O furo nas tiras eu fiz cortando, mas foi necessário queimar o buraco, as extremidades e as laterias, pra evitar que a tira desfie.
Parafuso na parte superior e furo de fixação na parede, na mesma direção 
A cabeça dos parafusos superiores são bem grandes, pra evitar que a tira escape. 
Parafusos ficam escondidos pelos instrumentos

procurei colocar esses parafusos bem na direção dos pinos de segurança, pra deixá-los escondidos atrás dos instrumentos. Prendi a madeira na parede com três buchas, colocadas na direção de cada pino. Mesmo assim, não foi necessário usar uma bucha maior que a 6.