quarta-feira, 5 de maio de 2010
Vale-cultura. Direito sem preconceitos
"Primeira política pública governamental voltada para o consumo cultural, o Vale-Cultura pode atingir até 12 milhões de trabalhadores. O benefício de R$ 50 é voltado para aquisição de ingressos de cinema, teatro, museu, shows, livros, CDs e DVDs."
fonte: http://blogs.cultura.gov.br/valecultura/
Sabemos que as políticas emergenciais são voltadas para questões estruturantes, sobretudo quando voltadas às populações menos favorecidas. Quem nunca ouviu dizer que alguém que estudou muito, viajou muito ou domina outras línguas é considerado “mais culto”?
Algumas pessoas querem mesmo é estar em seu lugar sem incômodos. Haja visto que um dos refrões mais conhecidos nas áreas urbanas do Brasil é a composta por Cidinho e Doca:
“Eu só quero é ser feliz. Andar tranquilamente na favela onde eu nasci e poder me orgulhar de ter a consciência que o pobre tem seu lugar”.
Acredito piamente que é necessário ter um lugar. No entanto, que esse seja uma janela para o mundo e não o fim dele.
O Vale-cultura não é uma favor. É política libertária na essência. Me lembro da discussão que se fazia na Baixada Fluminense quando se abordava a questão do passe livre para estudantes. Era comum ouvir de motoristas de ônibus que muitos meninos e meninas se utilizavam do uniforme escolar para passear. QUE ÓTIMO! Quantos pais têm uma grana disponível no meio da semana para que o filho dê um “role”? O vale-cultura abre os olhos quanto a necessidade de se ver, conhecer ou ouvir algo novo; diferente. O que naturalmente não é possível com os poucos recursos de um orçamento doméstico.
Penso que só o tempo vai mostrar, exatamente como em toda política cultural, que essa iniciativa vai ajudar enormemente a transformar corações e mentes.
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