quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
O Mundo Mágico de Escher
O CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil) do Rio de Janeiro recebe exposição com 95 gravuras do artista holandês M.C. Escher (1898 - 1972).
Escher se inspirou em modelos matemáticos, como a fita de Moebius, e em mosaicos islâmicos do sul da Espanha para criar suas "imagens mentais".
Além de litografias e xilogravuras, fazem parte da mostra dez instalações-enigma, feitas a partir de labirintos, jogos de espelho e espaços impossíveis idealizados pelo artista.
Fonte: UOL
Na Década de 20 o mundo moderno foi sacudido com as impressões (literalmente) desse mestre da ilusão de ótica. Muitos teóricos e matemáticos viajam nas obras desse inovador intérprete da natureza. O fato de abordar a exatidão das formas não tira o mérito de seu olhar e muito pelo contrário. As possibilidades são infinitas, tendo como referência a forma como se observa o mundo. Inclua-se aí as relações sociais, sobretudo sob o ponto de vista de que “todo mundo é plano de fundo de todo mundo”, como afirma Escher. Na gravura “Oito cabeças”, deixa claro que não apenas as imagens se entrelaçam mas, os seres em seu meio ambiente. Uma última observação que fiz é que ver o mundo através do fazer do outro é um aspecto cultural que nos ajuda a sermos pessoas melhores e mais criativas. Vale a pena conferir.
Serviço
O Mundo Mágico de Escher
De 18 de janeiro a 27 de março de 2011
Centro Cultural Banco do Brasil
Rio de Janeiro
Rua Primeiro de Março, 66
Entrada franca
Segue o link do site do CCBB
http://www.bb.com.br/portalbb/page511,128,10173,1,0,1,1.bb?codigoEvento=3721
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Brasil lidera economia da cultura
Ao longo dos seis anos, o Brasil aumentou tanto o volume de exportação quanto o de importação de bens e serviços ligados à indústria criativa
Por Paulo Daniel*
O Brasil é o país da América Latina com o maior saldo positivo no comércio exterior de produtos e serviços ligados à indústria criativa – que abrange áreas tradicionais da cultura (como música, TV, cinema e artes plásticas), mas também artesanato, comunicação, design, arquitetura e itens ligados às novas tecnologias.
Em 2008, as exportações brasileiras superaram as importações em US$ 1,74 bilhão, segundo o Relatório de Economia Criativa de 2010, publicado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e pela UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento).
Das 13 nações da região com volumes mais expressivos de fluxo comercial nessa área, apenas quatro registraram superavit: Peru (US$ 251 milhões), Argentina (US$ 55 milhões) e Bolívia (US$ 4 milhões), além do Brasil. Os maiores déficits são de Venezuela (US$ 2,19 bilhões) e México (US$ 1,51 bilhão).
Ao longo dos seis anos analisados no estudo, o Brasil aumentou tanto o volume de exportação quanto o de importação de bens e serviços ligados à indústria criativa. Mas o grande responsável pelo resultado brasileiro são os serviços, cujo superavit saltou de US$ 477 milhões em 2002 para US$ 2,24 bilhões, em 2008.
No período analisado, o país foi sempre o que mais importou e mais exportou serviços da indústria criativa na América Latina, e registrou superavit todos os anos. O segmento que mais alavanca as exportações é o arquitetônico, que em 2008 respondeu por 88% das vendas (US$ 5,59 bilhões) e 71% das compras (US$ 2,92 bilhões).
Nos produtos o cenário é um pouco diferente. O Brasil tem grande participação nessa área, mas fica atrás do México – as exportações mexicanas alcançaram US$ 5,17 bilhões, e as brasileiras, US$ 1,2 bilhão. O país vizinho aos Estados Unidos, contudo, também importa mais (US$ 6,54 bilhões em 2008, contra US$ 1,72 bilhão do Brasil) e tem deficit maior. A balança comercial brasileira de produtos da indústria criativa vinha sendo positiva até 2007, mas ficou no vermelho em 2008 (déficit de US$ 506 milhões).
O estudo da UNCTAD e do PNUD afirma que o Carnaval é um dos principais impulsionadores da indústria criativa no Brasil. O impacto se dá pela “produção direta de artigos e performances gravadas para a venda para a população local e aos turistas, e pelos efeitos indiretos dos gastos dos turistas cujas visitas foram estimuladas pelo Carnaval”.
A festa ajuda ainda a desenvolver as habilidades dos artistas locais, e impulsiona a venda de produtos e de negócios elaborados por conta da celebração. “O Carnaval oferece uma concentração de performances de música e dança ao vivo e gravadas que têm um significado cultural considerável para o público nacional e internacional”, destaca o relatório.
Uma pesquisa, mencionada no estudo, sobre a cadeia associada ao Carnaval no Rio de Janeiro aponta que a festa, com retorno anual estimado em US$ 600 milhões, emprega quase meio milhão de pessoas e tem impacto direto e indireto na economia, não apenas da cidade, mas do estado.
Outra contribuição para o aumento das exportações de bens e serviços criativos na América Latina foi a retomada da produção cinematográfica na região, particularmente em Argentina, Brasil e México. Porém, o relatório avalia que os filmes nacionais continuam lutando por um espaço na tela com os grandes sucessos estrangeiros. Raramente ficam entre os dez mais vistos nos países, e a participação deles no mercado fica bem atrás das produções internacionais.
A novela é outro produto que ajuda a impulsionar a economia criativa latino-americana. “Na produção televisiva, há casos de sucesso, como a Televisa, no México, e a TV Globo, que são os maiores exportadores de programas de televisão – em sua maioria, novelas – para mercados mundiais”, diz o texto.
* Matéria originalmente publicada no blog Além da Economia
Paulo Daniel
Paulo Daniel, economista, mestre em economia política pela PUC-SP, professor de economia e editor do Blog Além de economia.